Em uma das aulas de Oficina de Portfólio passaram o documentário "Comprar, jogar fora, comprar A história secreta da Obsolescência Programada" e pediram para que fizéssemos um post no blog fazendo um resumo e falando sobre o mesmo.
O vídeo começa falando sobre Marcos, um homem comum que passa por um problema que muitos de nós já passamos. Sua impressora parou de funcionar e ao levar para arrumar lhe aconselharam comprar uma nova, pelo custo do conserto ser mais caro que o preço de uma impressora nova, já que as peças eram difíceis de conseguir. Assim como nós, ele é mais uma vítima da Obsolescência Programada.
A obsolescência programada está presente desde os anos 20, quando os fabricantes começaram a diminuir a vida útil dos produtos para aumentar as vendas. O documentário comenta sobre a lâmpada mais antiga do mundo, que está em funcionamento desde 1901, e encontra-se em Livermore, Califórnia. O filamento da lâmpada foi inventado por Adolphe Chaillet para que durasse, o segredo de seu desenvolvimento não foi divulgado, mesmo depois de sua morte. Em seguida o documentário fala sobre o Cartel de Phoebus, que seria um acordo entre os fabricantes das lâmpadas, determinando que a vida útil destas deveria ser reduzida para aumentar as vendas. O Cartel criou uma rígida burocracia para impor suas regras, cobrando multa dos fabricantes que às desrespeitassem, assim as lâmpadas que comumente duravam 2.500 horas passaram a durar menos de 1.500. Esse tipo de pensamento existiam porque os fabricantes da época não tinham muita noção de assuntos como sustentabilidade, seguros da abundância dos recursos naturais e não imaginando que estes poderiam ficar escassos com o tempo. Porém após muito tempo esse pensamento continuou, tanto que criaram-se diversos modelos de lâmpadas com duração muito maior, mas estas nunca foram ao mercado.
A obsolescência programada não existiu apenas com lâmpadas, mas com diversos produtos desde a revolução industrial, e com a produção em massa os custos desses produtos baixaram e as pessoas passaram a comprar não só por necessidade mas também como diversão. Nos anos 50, 20 anos depois a obsolescência programada surgiu de forma diferente, não se tratava de obrigar o consumidor a comprar um novo produto, porém lhe despertar o desejo de ter um produto mais novo, moderno e melhor. Os produtos foram criados com design mais inovador, se preocupando cada vez mais com a aparência, assim despertando esse interesse no consumidor e se não fosse esse pensamento várias profissões que se preocupam em inovar os produtos jamais existiriam nos dias de hoje.
O documentário comenta também sobre um fato ocorrido na industria têxtil, quando inventaram o nylon em busca de um fio mais resistente. Era uma grande inovação que facilitaria muito a vida das mulheres quando as meias passaram a ser produzidas com esse material, porém a esperanças de meias mais resistentes não durou muito, logo o fio saiu de circulação por prejudicar os fabricantes, que precisavam que as mulheres comprassem meias com mais frequência.
Comenta-se também que nos países onde mantinham-se o regime comunista, a obsolescência programada não era adotada, os produtos produzidos nesses países costumavam durar incrívelmente mais do que os produzidos no ocidente. Quando os fabricantes da Alemanha Oriental apresentaram suas lâmpadas de longa duração os países capitalistas afirmaram que eles ficariam sem trabalho. Estes responderam que não, pelo contrário, economizariam seu trabalho se economizarem recursos e não desperdiçarem tungstênio. Porém com a queda do muro de Berlim a fábrica fechou e a lâmpada de longa duração nunca mais foi fabricada.
Com a era da internet os consumidores começaram a lutar contra a obsolescência programada, o vídeo cita o exemplo do Ipod, que após alguns meses sua bateria parava de funcionar, uma nova não era oferecida pela Apple e o consumidor teria que comprar um novo produto, mesmo este tendo um valor muito alto. Revoltados as pessoas que passaram por esse problema começaram a fazer protestos pela internet e pintando cartazes de propaganda do Ipod com dizeres sobre a curta duração da bateria, tomando conhecimento disso várias pessoas se dispuseram a irem aos tribunais, então foi descoberto que a bateria era realmente programada para ter uma vida útil curta. Depois de alguns meses de pressão a Apple cria um serviço de troca de baterias e prolonga a garantia para dois anos, Porém mesmo mostrando-se uma empresa moderna ainda não tem uma política de recolhimento de material e baterias para a reciclagem. A obsolescência programada gera uma enorme quantidade de resíduos enviadas aos países subdesenvolvidos, declarando-os como "produtos de segunda mão" para escapar da legislação que não permite o envio de lixo para outros países, porém esses produtos não funcionam, criando imensos lixões nesses países.
Ultimamente, com a maior preocupação com a sustentabilidade, futura escassez de recursos naturais e maior preocupação com o meio ambiente as empresas passaram a se tomar medidas para evitar que a produção de lixo saia de controle, o desenvolvimento de materiais biodegradaveis cresce cada dia mais e se as coisas continuarem caminhando desse jeito a obsolescência programada irá diminuir e esse pensamento se tornará ultrapassado, tornando-se inútil.
O documentário termina com a história de Marcos, que pesquisando sobre formas de consertar sua impressora descobre que há um chip em sua impressora programando-a para parar de funcionar em determinado tempo, ele encontra um software que pode resetar o tempo contado no chip, fazendo sua impressora voltar a funcionar.